Depois de encerrada a discussão do grupo sobre o nome da turma, as crianças continuavam cheias de interesse e dúvidas sobre os raios. Por isso, decidimos que iríamos realizar outra roda de conversa sobre o assunto.
Quando convidei as crianças para conversar em roda sobre o tema novamente, elas iniciaram um diálogo animado sobre os raios da chuva.
— Alci, os raios da chuva são muito perigosos! Eles podem matar se cair em alguém! – disse uma das crianças.
— E eles também fazem muito barulho – falou outra.
— Eu tenho medo de raio – admitiu outra.
E um colega ainda explicou:
— Não, gente, é o trovão que faz o barulho. O raio só cai do céu quando tem chuva forte. Porque na chuva fraca não tem raio.
De repente uma pergunta surgiu:
— Alci, a gente sabe que os raios aparecem na chuva, mas como a nuvem aparece no céu?
— Vamos descobrir! De que vocês acham que as nuvens são feitas? – respondi já acrescentando outra pergunta.
— De algodão!
— Claro que não! Se fosse de algodão ia chover algodão e chove água.
— Então, como a água sobe?
Para explicar ao grupo como acontece o ciclo da água, utilizei alguns desenhos que fiz no quadro da sala. Também propus realizarmos uma experiência colocando um cubo de gelo exposto ao sol. E logo que começamos a observar o gelo, rapidamente ele se derreteu, restando somente a água em seu estado líquido. Antes do fim da manhã a água já havia evaporado, pois a temperatura estava bem elevada nesse dia. Assim, as crianças puderam observar a água passando do estado sólido para o líquido e do líquido para o gasoso.
Ao discutirmos o resultado da experiência, lembramos de quando ficamos expostos ao sol para secarmos o corpo logo que saímos da piscina. Também lembramos da hora do banho, quando a água quente do chuveiro produz o vapor. E após tantas conversas sobre o ciclo da água, outra dúvida surgiu: é a água que vira chuva ou é a chuva que vira água?
Para finalizar este assunto, assistimos ao episódio “Como a água vira chuva?”, do Show da Luna (link anexo), e as crianças adoraram!
Em outra roda de conversa eu apresentei um globo terrestre para as crianças e perguntei se elas sabiam o que era aquela “bola” cheia de mapas e desenhos.
— É o nosso planeta.
— Alcione, onde fica o Japão?
— Cadê o Brasil?
— E Miami, onde fica?
Depois de responder todos os questionamentos e mostrar algumas curiosidades, fiz a seguinte pergunta ao grupo:
— Pessoal, olhando para o globo terrestre, vocês acham que o nosso planeta tem mais água ou mais terra?
— Tem mais água!
— Tem muito mar.
— Mas, Alci, se tem muito mar e a água do mar é salgada, por que a chuva é doce?
— É verdade – respondi.
As respostas abriram caminho para mais uma experiência bem interessante:
— Vamos fazer uma experiência para descobrir? E já que aqui em Belo Horizonte não tem mar, como podemos fazer a água a que temos acesso ficar bem parecida com a água do mar? – perguntei.
— É só a gente colocar o sal na água, Alci.
Para realizar essa experiência, colocamos água dentro de uma vasilha e pedimos à Da Graça (Maria das Graças, cozinheira do Recreio) um pouco de sal para misturarmos.
Depois de tudo pronto perguntei às crianças o que elas achavam que iria acontecer se colocássemos a vasilha com água e sal exposta ao sol.
— A água vai evaporar e a vasilha vai ficar vazia.
— Isso mesmo! Vai evaporar a água e o sal.
— Não, não vai evaporar nada, porque a água está misturada com o sal.
— A água vai evaporar e o sal vai ficar na vasilha.
Criamos um “calendário de observação” para acompanharmos o desenvolvimento da experiência. Aguardem notícias sobre as novas descobertas…
Um abraço!
Professora Alcione Aguiar
Fotos: Alcione Aguiar