A Turma dos Pesquisadores continua os estudos sobre as regras de convivência dos espaços da cidade. Outro dia, a turma fez uma caminhada pelo São Bento, bairro onde a Escola Recreio está localizada, para vivenciar experiências de interação nas ruas e conhecer algumas regras de convivência e o funcionamento do trânsito. Depois de relembrar os combinados para o tipo de atividade que iriamos realizar e colocar os crachás, a meninada estava pronta para o passeio.
Saímos pela rua da Escola observando a natureza, os números das casas, os cartazes colados nos postes e as placas de trânsito – que foi o que mais chamou a atenção das crianças. Elas descobriram que no início da rua da nossa Escola tem uma placa amarela, com o formato de um losango, indicando que a rua é sem saída. Rapidamente elas também perceberam que nas esquinas tem placas com o nome de cada rua.
A primeira experiência da turma com as regras de trânsito aconteceu quando atravessamos a Av. Professor Cândido Holanda em direção à Av. Bento Simão. As crianças puderam observar a sinalização da faixa de pedestres e aprender como devemos utilizá-la. Também aprenderam que devem observar os dois lados da pista, quando precisarem atravessar uma rua ou uma avenida, e esperar até que os carros parem, apesar de a faixa ser uma área em que o pedestre tem prioridade sobre os veículos.
— Carol, tem carro que não para!
— A gente pode até ser atropelado!
— Tem que esperar o carro parar para atravessar, né?!
No percurso até a Av. Bento Simão, as crianças foram observando as placas de trânsito, os semáforos e as rampas de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais. Com isso, foram descobrindo para que serve cada uma dessas coisas.
A chegada à avenida foi uma festa. Decidimos que iríamos caminhar até o local onde fica o vendedor de coco, o Léo, que é a pessoa responsável por interditar parte da via para lazer todas as manhãs. No caminho, encontramos várias pessoas andando ou passeando com seus cachorros. Cumprimentamos e paramos para conversar com algumas delas. Havia também um homem consertando cadeiras de palha que chamou a atenção do grupo. Muito curiosas, as crianças se aproximaram e fizeram várias perguntas sobre o seu trabalho. Algumas até disseram que trariam cadeiras da casa da vovó para que ele pudesse consertar.
Ao chegarem no local da barraca de coco, enquanto conversavam com o vendedor, as crianças perceberam um cartaz colado no poste logo à frente. O cartaz falava sobre a importância de vacinar cães e gatos contra a raiva. Depois disso, as crianças observaram vários cartazes contendo informações diversas colados nos postes ao longo da avenida e, espontaneamente, tentavam lê-los. As crianças também observaram que, infelizmente, em todo o percurso tinha bastante lixo jogado no chão.
A VOLTA PARA A ESCOLA
No retorno para a Escola Recreio, mudamos o nosso roteiro e resolvemos passar pelo Shopping São Bento para observarmos as vagas de estacionamento reservadas para deficientes e carga/descarga, em frente ao estabelecimento, e passar pelo semáforo. Quando chegamos no local, tivemos uma grata surpresa: os frequentadores daquele espaço estão respeitando a sinalização direitinho! Na vaga reservada para carga e descarga havia um caminhão estacionado, descarregando frutas para o restaurante. Em uma das vagas reservadas para pessoas com necessidades especiais tinha um carro com autorização para estacionar ali. A outra vaga estava vazia.
Outra experiência que as crianças tiveram foi a de passar pelo semáforo observando a sinalização luminosa para carros e pedestres. Expliquei para a turma que não devemos atravessar a rua no meio dos carros, que é necessário observar os sinais (de pedestre e de carros) e que só podemos atravessar depois que os carros pararem.
— Tem que olhar se o homenzinho está verde ou vermelho!
— A gente só pode ir quando o boneco estiver verde.
— Mas tem que ver se o carro parou. Porque tem gente que não para, né Carol?!
Finalizando a nossa caminhada, passamos pelo ponto de taxi e as crianças puderam observar que existe um espaço reservado para estes carros estacionarem, conforme informado na placa local. Além da placa de trânsito, a “casinha” para os taxistas também tem uma função clara.
Próximo ao ponto de taxi a turma percebeu um semáforo “diferente” que chamou a atenção das crianças. Este semáforo tem um botão para acionar o fechamento do sinal para carros e permitir que os pedestres atravessem. A Turma dos Pesquisadores está bem antenada. A informação de como usar esse botão veio das crianças. Elas também contaram que existe um tipo de semáforo que faz barulho, destinado aos deficientes visuais, e que no centro da nossa cidade tem.
Depois de um passeio cheio de aventuras, aprendizados e diversão voltamos para a Escola satisfeitos. E quando todos achavam que o passeio já havia acabado conhecemos a Maria, uma gari que estava trabalhando na rua do Recreio. Conversamos com ela sobre a importância do seu trabalho para nossa cidade e algumas perguntas e observações surgiram:
— Tem muito lixo no chão?
— As pessoas não estão educadas?
— A gente não joga lixo no chão!
— Lixo é no lixo, né?
E assim, fechamos a nossa caminhada conversando sobre a importância das regras de convivência da nossa cidade.