Meu calhambeque, bibi!

A Turma da Arte está aprendendo um pouco sobre a Jovem Guarda. A ideia de apresentar ao grupo informações sobre essa época surgiu a partir de conversas com o professor de Música, Reginaldo Costa, sobre o repertório musical das crianças. O tema foi sugerido por mim, com o intuito de apresentar à turma a alegria desse grupo de jovens da década de 1960 e mostrar suas divertidas músicas para as crianças, já que até hoje elas são cantadas por muita gente.

O trabalho também foi pensado em consonância com o projeto pedagógico do Recreio, que propõe estudos de diferentes períodos e manifestações culturais da nossa história com o objetivo de ampliar o conhecimento de mundo das crianças.

Quando comecei a falar sobre o tema com a turma, as crianças ficaram muito atentas e pensativas enquanto eu contava para elas um pouco da história dos três jovens, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, que de 1965 a 1968 apresentavam um programa de auditório, em São Paulo, chamado “Jovem Guarda”. Esse programa deu nome a um importante movimento cultural brasileiro que influenciou o comportamento e a moda dos jovens da época por meio de suas músicas alegres.

A primeira dúvida do grupo foi sobre programas de auditório. As crianças demonstraram pouca familiaridade com esse tipo de atração televisiva e logo perguntaram o que era. Dei alguns exemplos contemporâneos e a turma compreendeu o formato do programa. Depois de ouvirem minha explicação sobre programas de auditório, as crianças começaram a perguntar sobre os nomes dos artistas.

— Dani, o Roberto Carlos e o Erasmo Carlos são irmãos?
— Por que os nomes deles são esquisitos (Erasmo/Wanderléa)?

A conversa foi fluindo de forma descontraída e gostosa e os questionamentos foram respondidos. Expliquei para o grupo que, apesar de terem o segundo nome igual, Roberto e Erasmo não são irmãos. Também falei para a turma que os nomes “esquisitos”, na verdade, eram comuns naquela época. Outros nomes antigos foram citados em nossa conversa, uns ditos pelas crianças, outros por mim, e as risadas foram muitas diante de exemplos tão desconhecidos pela maioria.

As gírias broto (garota bonita), carango (carro), coroa (pessoa mais velha), pão (homem bonito), papo firme (conversa séria), pra frente (moderno) e barra limpa (está tudo bem), por exemplo, utilizadas pelos jovens na década de 1960 também chamaram bastante a atenção da meninada.

— Então é por isso que a minha avó chama o meu pai de pão! Ela está falando que ele é bonito – observou uma das crianças.

As crianças se interessaram pelo assunto desde o início e uma delas ainda surpreendeu dizendo:

— Eu queria ser neta da Wanderléa!

A Jovem Guarda estará presente em nosso cotidiano em diversas propostas pedagógicas até o final do ano. Aguardem as novidades!!

Professora Daniela Bracarense

TURMA DANI 2