Raios e eletricidade ⚡⛈

Depois que decidimos o nome da turma, as crianças continuaram cheias de interesse e dúvidas sobre os raios. Por isso, fizemos algumas rodas para conversar sobre a variedade de raios mencionados pelo grupo.

O primeiro assunto abordado foi sobre o “raio de eletricidade”.

— O raio de eletricidade sai da raquete quando a gente mata o pernilongo.

— Ele dá choque e não pode colocar a mão na tomada. Ele fica dentro da parede.

— É a eletricidade que acende a luz e o ventilador da nossa sala.

Perguntei ao grupo se todos concordavam que a eletricidade ficava dentro da parede e foi unânime a resposta: Sim!

Contei para as crianças, utilizando desenhos, que a eletricidade chegava através dos fios que eram colocados pelos eletricistas dentro das paredes das casas. Depois fizemos uma “excursão” pela escola para observar tudo que poderia ter eletricidade. Também seguimos os pontos de luz que ficam do lado de fora da escola até o portão. Mostrei ao grupo os fios de eletricidade que chegam até a escola pelo padrão de energia e expliquei que o padrão recebe os fios dos postes de iluminação pública da rua.

— Eu já vi, Alci, tem muitos postes nas ruas.

— É onde os cachorros gostam de fazer xixi.

Assim, concluímos que a energia chega até a nossa escola pelos fios, os fios vêm do padrão de energia, que recebe essa energia dos postes de iluminação pública. Aparentemente as crianças ficaram satisfeitas com as descobertas que fizeram durante o passeio pela escola.

— E de onde vêm os fios que trazem a energia até a nossa casa? – perguntei.

Uma nova dúvida surgiu com minha provocação.

Demos continuidade ao estudo e voltamos ao assunto dos raios de chuva. Perguntei às crianças:

— De onde vocês acham que vêm os raios que vemos quando está chovendo?

— Das nuvens, Alci. É assim: as nuvens se formam com o vapor da água que sobe para o céu. Quando chega lá ela congela, vira um bloco de gelo e quando uma nuvem bate na outra sai o raio e a batida faz o trovão – explicou uma das crianças.

— Maravilha!!! Vamos pegar alguns blocos de gelo lá na geladeira para criar o nosso raio? – perguntei.

— Alci, você é doida. Se bater um gelo no outro não sai um raio.

— Lembra do filme que a gente viu? Na verdade, sai uma parte de energia da nuvem e outra da terra. Quando elas se encontram aparece o raio da chuva.

Humm…. Se tem energia no chão, será que tem em outros lugares?

Para saber mais sobre energia e de onde ela vem, fomos à biblioteca procurar algum livro que pudesse esclarecer o assunto. Encontramos o livro “Do Big Bang à eletricidade – Como a energia muda de forma e faz o mundo se movimentar”, da coleção “As origens do saber” – Editora Melhoramentos. Decidimos que as crianças do 2º Período iriam preparar uma apresentação para as crianças do 1º Período.

As crianças do 2º Período estudaram as informações do livro, com o meu auxílio, e dividiram a primeira apresentação em 4 partes:

1. A grande explosão chamada de Big Bang;
2. Como surgiram o sol, os planetas, a estrela e tudo que tem no nosso sistema solar;
3. O que é energia;
4. Onde existe energia.

Para facilitar a apresentação, as crianças fizeram uma roda e desenhos para ilustrar o que explicavam. O 1º Período prestou atenção na explicação e até aplaudiu no final.

Com tanto entusiasmo, pedi para que cada criança também fizesse um desenho do que entenderam. Após a última apresentação, a turma discutiu sobre as várias formas de energia. Então perguntei ao grupo onde poderíamos encontrar energia no nosso planeta.

— Na terra, na água, nas plantas, no vento e nos animais – responderam as crianças.

Uma grande discussão surgiu neste momento, pois o grupo queria descobrir como cada elemento da natureza poderia produzir energia. E, assim, começamos a pesquisar sobre estes tipos de energia.

A primeira pesquisa que fizemos foi sobre a energia da água. Assistimos aos vídeos “De onde vem a energia?” e “Como funciona a usina hidrelétrica”.

Para que as crianças pudessem entender um pouquinho como funciona a força da água, fizemos uma experiência com uma roldana de madeira. Colocamos a roldana na corrente de água da torneira. As crianças ficaram entusiasmadas com o efeito que foi produzido, a velocidade com que a roldana girava dependendo da força com que a água batia na roda.

Apesar da complexidade de uma usina hidrelétrica, as crianças compreenderam que é dentro dela que a força da água é transformada em energia mecânica e, esta, em eletricidade. Essa energia é transportada para a nossa casa através dos cabos das torres de transmissão de energia. Elas também compreenderam a importância de se economizar água, principalmente em época de pouca chuva.

Na mesma semana tivemos uma grande surpresa, pois, para contribuir com o estudo, uma colega trouxe para a nossa sala um mini moinho d’água feito por sua mãe. A turma ficou eufórica com a nova experiência. A todo momento as crianças levavam o pequeno moinho para o lavatório para observar o seu funcionamento embaixo da corrente de água da torneira.

A próxima discussão na roda foi sobre a energia produzida pelo vento. Algumas crianças já sabiam o que era um moinho de vento, pois já haviam visto em fazendas. Outras lembraram da história “A Galinha Ruiva” em que há um moinho de milho.

Como entramos no assunto das histórias, apresentei ao grupo o capítulo “A batalha dos moinhos gigantes”, do livro “Dom Quixote” – de Miguel de Cervantes, e assistimos ao vídeo “Dom Quixote de la Mancha para crianças”, do canal Smile and Learn. Para ilustrar, a escola comprou alguns cata-ventos para que as crianças pudessem observar a força do vento.

Em roda, conversamos sobre a energia produzida pelas plantas e pelos animais.

— Os alimentos têm muita energia – disse uma das crianças.

— É verdade! O chocolate é a melhor energia de todas – outra completou.

— A carne também é fonte de energia e pode ser da vaca, do porco ou da galinha, que eu adoro – falou outra.

Conversamos sobre as principais refeições do dia e sobre a importância da alimentação saudável. Cada criança falou sobre o alimento que mais gosta, do lanche que gosta de trazer para escola e dos doces preferidos.

Expliquei ao grupo que nosso organismo precisa de uma alimentação completa e equilibrada, que em um dia devemos comer uma quantidade certa de cada nutriente nas quatro principais refeições. Os nutrientes dos alimentos que comemos são absorvidos pelo nosso organismo e nos dão energia para brincar, estudar, trabalhar, etc. Podemos agrupar os alimentos de várias maneiras e uma delas seria de acordo com os nutrientes que eles nos fornecem. Assim, podemos agrupar os alimentos como carboidratos, gorduras, proteínas (animal e vegetal), água, vitaminas e sais minerais.

Pedi a cada criança para procurar, com a ajuda da família, gravuras de alimentos saudáveis. As crianças mostraram suas gravuras em roda, depois organizamos as imagens em uma pirâmide alimentar. Percebi que, no horário do lanche, o grupo passou a observar o lanche e a comparar com os alimentos da pirâmide alimentar que montamos.

Durante a conversa sobre a energia dos alimentos, falei sobre como é importante preparar um alimento com carinho, sobre a importância de se alimentar junto à família, e também lembrei às crianças que oferecer ou dividir um alimento é uma forma de demonstrar amor. E aí está uma das maiores energias: o amor.

Em uma conversa na hora do lanche, uma das crianças comentou:

— Vou lanchar tudo para ter muita energia na hora do pátio e brincar com o cata-vento.

Imediatamente outra perguntou:

— Alci, a gente ganha energia dos alimentos e da nossa família e amigos. Tem outro tipo de energia para a gente?

— Sim. Também repomos a nossa energia por meio do sono. Por isso, é importante ter um boa noite de sono – respondi.

Conversamos um pouco sobre a “energia do sono” e cada criança foi contando como é o ritual em casa na hora de dormir. As crianças contaram que os pais são sempre os últimos a dormir. Quem tem irmãos mais novos contou que são eles os que mais dormem. E as crianças ainda comentaram:

— Quando eles não dormem ficam chorando.

— E quando a gente não dorme fica com sono e sem vontade de brincar.

Então pedi a cada um que desse uma dica de como dormir bem para acordar com bastante energia e muitas sugestões surgiram:

— Tomar banho e fazer massagem.

— Fazer uma oração espontânea.

— Tomar um copo de leite.

— Colocar pijama.

— Ouvir música.

— Dormir com a luz acesa, porque se acordar pode ir ao banheiro.

— Dormir abraçado com um bichinho de pelúcia para não ficar com medo.

E mais:

— Tomar Nescau.

— Escovar os dentes.

— Ouvir história.

Ótimas dicas, não é mesmo?

E para fechar o Projeto Energizando, resolvemos fazer um café da manhã especial na escola com um bolo feito pela turma.

Um abraço!

Professora Alcione Aguiar

Obs.: Seguem os links dos vídeos citados nos anexos.
Fotos: Alcione Aguiar e Melissa de Araújo