Uma incrível viagem

O estudo sobre o corpo humano continua de vento em popa. Outro dia, conforme eu havia combinado com o grupo anteriormente, levei para a sala de aula um estetoscópio para as crianças escutarem o “barulho” do coração. E o resultado foi incrível! Elas ficaram maravilhadas quando descobriram que existe um aparelho que possibilita escutar algo que acontece dentro do nosso corpo.

Em outra oportunidade retomei com as crianças o nosso estudo e relembramos o que já havíamos aprendido sobre o sangue e o coração. Perguntei o que elas gostariam de estudar a partir daquele momento e, imediatamente, elas caíram na gargalhada. Dessa vez elas queriam saber “de que é feito o cocô”.

Tratei de acalmar o grupo e expliquei que conversar sobre cocô, xixi, arrotos e puns era realmente muito engraçado, mas para estudar sobre isso devíamos tratar o assunto com seriedade. As crianças concordaram comigo e iniciamos então a nossa conversa.

Antes de mostrar o material que levei para a sala perguntei para as crianças o que elas sabiam sobre o assunto:

— O cocô é muito fedido.
— Eu faço cocô todos os dias na hora do almoço.
— O cocô é feito de comida.
— Eca! Ninguém come cocô!
— Eu acho que o cocô é feito de chocolate.
— Credo! Por que você acha isso?
— Porque ele tem a mesma cor do chocolate.
— Quando a gente come muitos doces fica com dor de barriga.
— O xixi fica clarinho e transparente quando a gente bebe muita água. Quando a gente segura muito o xixi, ele fica amarelão e escurão!

Depois dessa conversa inicial, em que muitas hipóteses foram levantadas, mostrei novamente o livro “O corpo de Bóris” para as crianças e começamos a nossa pesquisa. No livro, descobrimos tudo que procurávamos.

Vimos que a comida que comemos faz uma longa jornada, depois de mastigada pelos dentes com a ajuda da saliva, que é a “água” que fica na nossa boca. Essa jornada inicia-se pela boca, passa pela faringe e pelo esôfago, até chegar ao estômago.

O estômago é como se fosse um “caldeirão de bruxa borbulhante”. Quando sentimos fome, até conseguimos ouvi-lo roncar. Nele a comida é misturada e amassada, transformando-se em pequeninos pedaços. Todo esse processo se chama digestão. E quando tudo está bem esmagado, a parte debaixo do estômago se abre e a comida segue para um tubo que se chama intestino. Depois disso tudo ela sai pelo bumbum.

— Marcella, então o cocô é mesmo a comida?

Expliquei para as crianças que realmente o cocô é feito de comida, mas falei também que a parte boa do que comemos vai para o sangue e o restante, o que o corpo não precisa mais, sai pelo bumbum, em forma de cocô. Também expliquei que o cocô cheira mal justamente por ser resto de comida.

Nessa pesquisa ainda descobrimos que o arroto e o pum são resultado do ar que entra dentro da gente, só que o arroto sai pela boca e o pum sai pelo bumbum. Que jornada fantástica os alimentos fazem depois que entram na nossa boca, não?

Ao finalizar nossa conversa, perguntei para as crianças se elas estavam satisfeitas com as descobertas e elas responderam que sim com os olhinhos encantados diante de tantas informações. Quando já estava encerrando o assunto uma das crianças disse:

— A gente não quer parar de estudar o corpo humano!
— E o que vocês querem estudar agora? – perguntei.

Todos responderam prontamente:

— O cérebro, Marcella!

Pedido aceito. E lá vamos nós para mais uma incrível viagem pelo corpo humano…

Um abraço!
Professora Marcella Grigorini

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