Não há nada mais preocupante que a saúde dos filhos não é mesmo? E essa preocupação dos pais, especialmente em relação às crianças pequenas, inclui o ambiente escolar. De acordo com a dra. Kelly Nascimento Brandão, pediatra do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, os pais têm uma preocupação mais exacerbada com a saúde dos filhos no período de inverno, mas não apenas nessa época. Não é para menos. As crianças passam um grande período na escola (pelo menos metade do dia no horário de aula e, algumas, no turno integral), estão em uma faixa etária de maior acometimento por doenças comuns à infância, além de estarem em contato, constante e direto, umas com as outras.
Dra. Kelly esclarece que o período frio e chuvoso favorece a disseminação dos agentes causadores de quadros febris nas crianças, na sua grande maioria de vírus. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, 85% das doenças febris na infância são de origem viral. Tais quadros, conforme explica a pediatra, além de febre e sintomas gerais (perda do apetite, dor no corpo), podem ser caracterizados por sintomas respiratórios (tosse, coriza, dor de garganta), transtornos gastrintestinais (vômitos e/ou diarreia) e também lesões de pele (exantemas).
Para a pediatra, um dos fatores determinantes para o surgimento de doenças neste período é o aglomeramento. “Até que adquiram imunidade, é estimado que as crianças de 0 a 5 anos tenham, em média, seis a oito resfriados por ano. Em 10% das crianças esse número pode chegar a 12 infecções por ano. Os quadros virais, em geral, são benignos e autolimitados. Por isso, é aconselhável, na vigência de uma virose, que a criança não frequente a escola para evitar a disseminação.”, orienta.
A pediatra também explicou que, em determinadas épocas do ano, o surgimento de quadros alérgicos pode se assemelhar aos quadros virais. “Períodos associados a polinização (setembro – primavera), geralmente períodos secos, com variações de temperatura, favorecem o aparecimento de quadros alérgicos, que também podem ser caracterizados por tosse, prurido (coceira) nasal, coriza, espirros, conjuntivite, sinusite, asma, etc., muitas vezes podendo assemelhar-se aos quadros virais. Cabe à escola adotar medidas que ajudem a reduzir o adoecimento nos períodos de queda de temperatura e de chuvas.”, finaliza.
MEDIDAS ADOTADAS NO RECREIO
Assim como os pais, as escolas também se preocupam com a saúde das crianças. No Recreio, adotamos medidas simples, mas eficazes, para amenizar os efeitos das mudanças climáticas na saúde das crianças e evitar a disseminação de agentes causadores de doenças:
1) Procuramos manter o ambiente sempre limpo e arejado;
2) Reforçamos a lavagem das mãos;
3) Estimulamos o uso de álcool gel para higienizar as mãos;
4) Orientamos quanto a importância da hidratação;
5) Higienizamos periodicamente todos os brinquedos;
6) Estimulamos a prática de atividades físicas ao ar livre (sempre que possível);
7) Comunicamos aos pais os quadros febris e de doenças virais, entre outras.
Vale ressaltar que, tais medidas (cuidados com o ambiente, higiene pessoal, hidratação e alimentação saudável), quando realizadas também em casa pela família, auxiliam na promoção da saúde das nossas crianças.