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Adaptação: Um mundo em cada coisa

A entrada da criança na escola é um assunto delicado e que tira o sono de muitas famílias. O período de adaptação escolar nem sempre é tranquilo para as crianças. Mas engana-se quem acredita que é um problema só delas. Os pais, em alguns casos, também sofrem durante esse processo. Uma pergunta que sempre passa pela cabeça dos pais é: “será que a escola vai cuidar bem do meu filho”? Essa é uma questão que aflige muita gente. Porque o medo de que a escola não seja acolhedora para seu filho ou de que o mesmo não dê conta de se socializar distante do círculo familiar é muito comum. É um momento delicado para todos os envolvidos.

FOTO_adapt1Para a criança, tudo é muito novo e surpreendente. Ela se depara com pessoas estranhas, ambiente com rotinas diferentes e essas novidades podem trazer insegurança. Por isso é tão comum o choro e a irritação inicial, visto que essa é a forma dela expressar o seu descontentamento e a sua insegurança.

De acordo com a psicóloga da Escola Recreio, Teresa Cristina Jardim Guabiroba, esse é o momento em que, metaforicamente falando, a criança está “saindo para o mundo”. E o ambiente escolar é realmente um mundo ainda desconhecido para ela, que vem de uma experiência social muito diferente. Na escola ela encontra muitas crianças da sua idade dividindo a atenção de um ou dois adultos. Diferente do ambiente caseiro, onde tem atenção mais individualizada e pouca convivência com os pares. Por isso, há a necessidade de muita paciência.

“A escola precisa ter muito cuidado para que tudo transcorra tranquilamente. Porque, na realidade, esse é um momento de ruptura entre a família e a criança. A família também precisa de tempo para reconhecer segurança naquele professor no qual está entregando a sua criança. Os pais precisam sentir que o filho está bem cuidado.”, explica Teresa.

Um dos diferenciais do Recreio é a recepção à família em processo de adaptação. Os pais podem permanecer nos ambientes de sala, de pátio ou em outras situações escolares e assistir as atividades, até que a criança se sinta segura para ficar na escola sem a sua presença. A família é assistida pelo professor e, se preciso, pela equipe técnica também. “Temos que escutar os pais com seus medos e angústias. Tem pai que chora e fala que está difícil. Nessa hora é importante ter alguém na escola fazendo essa ponte entre a família, a escola e a criança.”, conclui a psicóloga.

Outro ponto a ser avaliado é a adaptação do professor em relação àquela criança novata. Segundo Marilene de Araújo, professora do Maternal I no Recreio, o professor também precisa de um tempo para conhecer a criança, seus gostos, anseios e suas dificuldades.

FOTO_adapt2“A adaptação é uma construção da criança, da família e do professor. Às vezes, os pais não percebem que estão transmitindo certa ansiedade para a criança e aí precisamos intervir. Outra coisa que os preocupam muito é o choro, mas essa é a linguagem da criança. É natural. Assim eles se comunicam.”, afirma a professora.

Existe também a readaptação que ocorre nos momentos de transição. Pode ser na mudança de uma turma para outra, na mudança dos ciclos escolares ou até mesmo na volta de um final de semana, férias ou feriado prolongado, por exemplo. É um período em que outros fatores são levados em consideração, mas que também precisa de um olhar ou uma intervenção específica.

Pais que começaram a estudar mais cedo tendem a encarar melhor o processo de adaptação. Conhecer a escola em que o filho vai estudar também ajuda na mudança. É o caso da bióloga, Diana Rabello Lobo, mãe da Helena do Maternal I no Recreio. Tranquila em relação à escola, não demorou muito para que estivesse segura em deixar a filha sozinha em sala de aula. “Eu estava muito tranquila para trazer a Helena para o Recreio porque eu estudei aqui. Conheço a escola e sei que ela vai ser bem cuidada. Mesmo sendo pequenininha (acaba de completar um ano e cinco meses), conversei bastante com ela sobre a escola. E a escola permitir que a gente fique se for preciso é muito bom. No primeiro dia a acompanhei o tempo todo junto com a professora. E foi ótimo.”, declarou Diana, que também estudou no Recreio quando tinha a idade da filha.

 

PROFESSOR E PAI – OS DOIS LADOS DO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

“Há oito anos trabalhando na Escola Recreio, sempre me preparei especialmente para um dos momentos singulares que acontece todo ano: a adaptação dos alunos novatos. Preocupava-me em chegar à sala devagarinho, falando baixinho, usando roupas coloridas ou com alguma informação do imaginário infantil. Aqueles momentos de primeiros contatos com crianças que iniciavam sua vida escolar eram muito especiais! Às vezes um choro se juntava à melodia das músicas, mas eu sempre saía feliz por ter conseguido ficar dentro da sala durante todo o tempo da aula.

Este ano vivi essa experiência do outro lado, como pai de aluno. Meu filho Francisco, de um aninho, foi matriculado no Recreio (Maternal I, turno da tarde). Durante toda a primeira semana, fui acompanhá-lo na adaptação.

Como admiro tanto o ambiente da escola, a filosofia do trabalho e toda a equipe, pensei que no primeiro dia ele se encantaria com tudo e me deixaria de lado. Mas não foi bem assim que aconteceu.

FOTO_adapt3Francisco se assustou com tantas crianças, tantas pessoas falando com ele, se aproximando. Eu tentava protegê-lo ao mesmo tempo em que o “empurrava” para a nova realidade. O saldo do primeiro dia foi um momento com os jogos de encaixar e muito colo do papai.

Mas como cada criança tem seu tempo e a Escola Recreio lhes permite exercer esse direito, no final da primeira semana Francisco já sorria para a professora Lena e a auxiliar Renata. Já comia sentado à mesa com os colegas e se divertia na areia. Com muito carinho e dedicação, Lena e Renata, me orientaram em relação à forma de falar com ele, a forma de tocá-lo, a forma de me fazer presente sem, necessariamente, ter contato físico com ele. E seguindo todas as orientações, fui aprendendo a ajudá-lo na missão da adaptação escolar.

Viver o processo de adaptação escolar por uma semana com o Francisco me fez repensar meu trabalho enquanto professor de Música, que atua nestes momentos junto à professora regente. Compreendo melhor que, cada situação, cada minuto é determinante na adaptação da criança. Um momento desagradável de susto ou de desconforto pode traumatiza-la e fazer com que não queira mais estar em nenhuma escola.

Convenço-me ainda mais de que a responsabilidade da equipe é muito grande e que todo esforço é válido para que estes primeiros momentos de uma criança na escola sejam prazerosos, divertidos e cheios de motivação.”

Reginaldo Costa – Professor de Música da Escola Recreio

Período de Adaptação dos Novatos

A Escola Recreio está recebendo muitas crianças novatas, período esse conhecido por todos como ADAPTAÇÃO. Como próprio nome diz: ação de adaptar-se.

Sendo assim, crianças, pais e professores estão se conhecendo. Pensando nessa fase, a professora Antônia e a auxiliar Nazaré, do mat. II tarde, preparam todos os dias atividades que favoreçam a interação das crianças, tornando o ambiente escolar aconchegante, seguro e atrativo. E os alunos “veteranos” são colaboradores, co-participativos e fidedignos dessa receptividade.

Agora, vejam abaixo um pouquinho de como esse processo vem acontecendo…

Alguns ainda precisam da presença da Mamãe ou do Papai por perto na conquista da confiança nesse novo espaço. Os veteranos sentem-se mais à vontade e quando menos se espera, qualquer cantinho é lugar de tirar uma boa soneca! Ainda sim, também precisam de atenção e carinho, afinal de contas é um novo grupo que está sendo formado.

Famílias e alunos, sejam todos bem-vindos!!!

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